Os sete mitos do empreendedorismo – insights de Andy Freire

Hoje tive o privilégio de assistir a uma palestra de Andy Freire, CEO da Fundação Endeavor na Argentina, na Harvard Business School. Andy tem uma vasta experiência no mundo empresarial: começou na Procter & Gamble, onde trabalhou por apenas oito meses. Logo depois, aventurou-se na abertura de sua primeira empresa, a Officenet, que foi adquirida pela Staples em 2004. Outra iniciativa empreendedora foi a Axialent, uma consultoria que auxilia as maiores empresas do mundo, incluindo as Fortune 500. Mas estes são só alguns exemplos: encontre a biografia completa de Andy aqui.

Os sete mitos do empreendedorismo

Sete argumentos infundados que impedem que mais pessoas se tornem empreendedoras

1) Empreendedores são jovens, filhos de pais ricos.

Andy sustenta que, na Argentina, a média de idade dos empreendedores é de 35 a 45 anos. Mas ele também cita o caso de Félix Brunatto – um chileno que começou a empreender com 73 anos. Isso mesmo, 73!

Outro exemplo extremo é o de  Harli Jordean, de apenas 8 anos, que criou o marbleking.co.uk – website que vende bolinhas de gude. Ele é considerado o CEO mais jovem do mundo

Como você pode ver, não há uma idade certa para começar a empreender. Muitas pessoas preferem trabalhar em organizações maiores para ganhar experiência e “aprender o que não fazer no seu próprio negócio”, como disse Andy, e só alguns anos depois se tornar dono de sua própria empresa.

2) A chave do sucesso é ter uma ideia brilhante.

“Isso é uma absoluta inverdade”, diz Andy. Não coloque toda sua energia em encontrar uma ideia brilhante que ainda não existe. Pense em uma ideia “velha” que você possa desenvolver melhor do que todo mundo, e coloque em prática. Muitas vezes, esta “velha ideia” tem tudo a ver com alguma experiência prévia ou necessidade que você tenha sentido em algum momento de sua vida.

Uma boa maneira de realizar isso é prestar atenção em mercados desenvolvidos – veja o que funciona lá e pense em como aplicar o mesmo tipo de produto ou serviço na América Latina.

3) Planos de negócio podem ser terceirizados.

Escrever seu próprio business plan é um ótimo exercício – exige disciplina, uma visão clara dos valores e da missão de sua empresa. É útil na busca de capital e de empregados. Portanto, não pule este importante passo.

4) É difícil conseguir capital na América Latina.

“Projetos bons atraem bons investidores e investimentos”, diz Andy. E conseguir capital é uma prova de que alguém confia em você e o caminho a ser seguido tem potencial. Entretanto, é preciso ter persistência, disciplina e correr atrás das pessoas certas para apresentar sua ideia.

5) Atrás de todo projeto de sucesso há um grande empreendedor.

“Na verdade,” diz Andy, “atrás de todo empreendedor há uma grande equipe”. Você precisa encontrar as pessoas certas para construir o seu time. Contrate gente mais brilhante do que você! É um enorme desafio formar uma boa equipe.

6) A realidade é o plano de negócios executado.

Será mesmo? Não! A realidade é bem diferente do que está escrito no papel.

“O empreendedorismo é um processo quase que espiritual”, afirma Andy. É mais sobre a sua habilidade de ultrapassar dificuldades, como você responde emocionalmente e espiritualmente aos problemas.

E agora, quem poderá me defender?

Andy aconselha formar uma “Rede de Pilares Invisíveis”, ou seja, rodear-se de pessoas que possam ajudá-lo em tempos de dificuldades. A Endeavor é um exemplo disso – visa suportar empreendedores durante todo o processo, oferecendo consultoria de experts em economia de mercado, causas legais, mentores, entre outros.

7) Empreender é ganhar dinheiro.

Errado. O empreendedor é apaixonado, deseja independência e liberdade. Quer adicionar valor a um produto ou serviço, e ser reconhecido pela sociedade. Dinheiro não está na lista.

Lembre-se de que 90% das startups dão errado. Se você está pensando em se tornar empreendedor, precisa se perguntar: Vale a pena empreender, mesmo sabendo que a empresa pode falhar? Ainda assim, você dedicaria seu tempo e energia para o negócio?

Você prefere trabalhar em uma grande corporação ou ter a sua própria barraquinha de pipoca?

Se você respondeu “sim” às duas primeiras perguntas e prefere a pipoca ao glamour: bem-vindo(a) ao time! Há grandes chances de que sua paixão está em empreender.